É lógico que se tratada de uma carta que não revelaremos o nome da professora, mas a recebemos por e-mail e estamos repassando para que todos saibam o que está acontecendo. Sintam o drama que o corpo docente está passando:

"Caríssimos companheiros e outros,


Eu já acreditei no Pitágoras; já indiquei o Pitágoras para amigos e incentivei meus filhos a estudarem aqui; já me senti parte de um projeto de educação no qual eu realmente acreditava. Mas em que Pitágoras acreditei? Certamente não é esse que agora se esconde de nós.
O que eu quero e, tenho certeza, muitos querem, não é muito:


- Quero explicações sobre o que está acontecendo e está por acontecer;
- Quero saber se estarei empregada no próximo semestre;
- Quero saber se os cursos no qual trabalho ainda existirão, porque me preocupo comigo, com meus colegas e com meus alunos.


"Alguns cursos irão acabar"; "200 professores serão despedidos"; "os cursos terão disciplinas on-line"; "a carga horária será diminuída"; "os salários irão diminuir"; dizem as vozes nas surdinas e nos corredores. Verdade? Mentira? Ninguém sabe. Ninguém em nome da faculdade foi capaz, ou teve coragem, de se pronunciar para confirmar ou desmentir os boatos. Isso é medo? Pois se é medo, tenham medo também das consequências que pode gerar a falta de sinceridade e de informação sobre o que está por vir. "Alunos se recusam a ter aulas até que explicações sejam dadas"... " alunos param a Raja"... "alunos são espancados"... "ações da Kroton caem", "alunos fazem paralisação"... "professores decidem sobre greve", correm as notícias e iniciam-se as ações. Sinto que um sentimento de que todos estão no mesmo barco prestes a afundar, professores, alunos e funcionários, parece estar aflorando. E quando isso acontecer, não haverá quem segure.



Existirá faculdade sem alunos? Existirá faculdade sem professores? Existirá, no futuro, uma faculdade com o nome queimado por milhares de alunos, professores e pela imprensa?
Exigimos respeito, Faculdade Pitágoras!!!



Vou ser despedida? Avisem-me com antecedência para eu procure emprego antes do início do próximo semestre (sou mãe e tenho quem dependa de mim!). Isso é o mínimo de exigência e respeito que se espera de uma instituição que se diz séria.


O curso vai acabar? Avisem os alunos com antecedência para que procurem escolas que levem a educação mais a sério.


O projeto pedagógico vai mudar? Como? Quando? Onde? Precisamos saber! Temos o direito de saber!


Uma política de medo está se implantando. Na reunião com o diretor de Belo Horizonte uma palavra ecoou e fez a platéia de professores silenciar-se: RUA! Foi o que disse Sandro Bonás com um sorriso cínico descrevendo o que disse a uma coordenadora. Na semana passada, executivos da Kroton/Iuni recebem, juntamente com TODOS os funcionários, por e-mail, a frase de Luiz Kaufman: RUA! Essa é a nova política desse lugar.


Amigos (professores, funcionário e alunos), pensem nisso tudo... Espalhem as notícias pelo menos até que alguém tenha coragem de nos dizer o que está acontecendo de fato. Trabalhadores alunos, levem isso para os colegas de sala de vocês! Professores, levem a discussão para a sala de aula.


Trabalhadores e alunos do Pitágoras: Uni-vos!


Assinado: Uma professora que ainda acredita no poder e na força da união!!!"