Na assembleia dos professores das Faculdades Pitágoras, realizada nesta sexta-feira-feira, 21, na Sede da Associação Médica de MG, em BH, corpo docente decidiu que momentaneamente não haverá greve, porém eles optaram pelo estabelecimento de nova paralisação das aulas no dia 28/05. A assembleia contou com a presença de professores das várias unidades da FAP de Belo Horizonte, Betim e também de Divinópolis, fator este que comprova a preocupação e descontentamento geral a respeito do rumo que os grupos Kroton e Iuni estão traçando para todos os cursos e unidades das Faculdades Pitágoras.

Além das reivindicações trabalhistas, nas quais os docentes serão prejudicados financeiramente devido à redução das horas aula que será implantada com a aplicação do novo sistema imposto pelos acionistas e que também resultará em um grande percentual de demissão dos professores, a assembleia abordou a falta de qualidade nas aulas que os alunos terão. É simples compreender isso, basta observar que aproximadamente, de acordo com o que foi exposto pelos educadores, dois terços dos professores serão postos na rua, os que continuarem, além de serem mal remunerados, vão assumir um maior número de turmas, pois será a maneira de “conseguir um extra”. Por consequência, os alunos terão ao seu dispor um corpo docente desmotivado, cansado e omisso, já que aqueles que ficarão serão os que concordam passivamente com o que está sendo oferecido e demonstram total desprendimento com a causa educacional. Essa afirmação se dá à medida que o direito de optar por aceitar ou não as normas da Krotron e Iuni é justo, porém, a omissão de nem mesmo dar a cara para defender o ponto de vista, debater com os outros colegas a situação e tomar uma decisão baseada na verdade dita por todas as partes envolvidas no assunto, é vergonhosa. Não é esse tipo de professor que um ambiente acadêmico precisa e, infelizmente, são eles que permanecerão lecionando para a gente.

Caros companheiros alunos, será que é isso o que queremos? Vamos investir tempo e dinheiro para ter aulas com mestres que sequer têm a coragem de mostrar sua posição, mesmo que seja contra a dos outros colegas, fato que os é de direito, mas que tenham a hombridade de assumir perante todos de o porquê das suas decisões. Sabemos que a pressão é grande e que a demissão assusta, mas, na posição de formadores de indivíduos intelectuais, os professores dos cursos superiores têm que dar exemplo de como se age em uma democracia, atuando, defendo seu ponto de vista, sem importar qual seja, mas nunca se omitindo e se calando. Ressalto que esta é uma opinião de aluno, que se vê indignado com a atitude de alguns mestres. Porém, sabemos e confiamos na índole de nosso corpo docente, e continuamos a acreditar que vocês estão ao nosso lado na briga por um sistema de ensino que tenha como premissa a qualidade educacional.

A paralisação do dia 28/05

A decisão de não entrar em greve se deu para que os movimentos dos alunos e o dos professores não percam força. Pois, se houvesse uma greve, seria difícil continuar a manutenção das mobilizações quase que diárias que estão acontecendo nas portas das faculdades, já que muitos não iriam aos locais.

Sendo assim, durante realização da paralisação do dia 28/05 todos os professores estarão nas faculdades, porém não darão aulas, eles estarão em reunião traçando as atitudes que serão tomadas em relação ao que está ocorrendo com a nossa faculdade.

Aos alunos, pedimos que eles compareçam às unidades das faculdades às quais eles estudam, mas que fiquem na porta dos prédios, não entrem para as salas de aula, vamos realizar novos protestos nesse dia. Ressaltando que não apoiamos qualquer ato de vandalismo ou violência, portanto não usem bombas, rojões ou foguetes, não obstruam as vias públicas e não depredem as instalações das faculdades. Outro fator importante é respeitar os colegas que optarem por não participar das manifestações.